Ubisoft encerra ano fiscal com prejuízo de 475 milhões e aposta em reestruturação para o futuro
A Ubisoft divulgou nesta terça-feira (14) os resultados financeiros do seu ano fiscal de 2024-25, revelando uma queda acentuada nas receitas e lucros, ao mesmo tempo em que reforça sua aposta em reestruturações e cortes para garantir estabilidade a médio prazo. Segundo o relatório, a empresa francesa registrou 1,85 mil milhões de euros em receitas líquidas, uma redução de 20,5% em relação ao ano anterior, enquanto as receitas segundo a norma IFRS 15 chegaram a 1,9 mil milhões de euros, refletindo uma queda de 17,5%.
Mesmo com o declínio, a Ubisoft superou algumas metas internas, como a geração de 128 milhões de euros em fluxo de caixa livre, graças a operações que renderam 169 milhões de euros em liquidez. No entanto, o rendimento operacional ajustado (não IFRS) foi negativo em 15 milhões de euros, uma queda drástica frente aos 401 milhões positivos registrados no ano fiscal anterior. O prejuízo líquido ajustado somou 70,7 milhões de euros.
Apesar do cenário desafiador, a Ubisoft celebrou resultados sólidos de Assassin’s Creed Shadows, que superou Odyssey em número de jogadores e receitas iniciais, conquistando o segundo melhor lançamento da franquia em termos de vendas no primeiro dia, ficando atrás apenas de Valhalla. A empresa atribui esse sucesso à força da marca e à evolução proporcionada pelo novo motor gráfico Anvil.
Outras franquias também mantiveram desempenho relevante. Rainbow Six continua a contar com cerca de 30 milhões de jogadores únicos anuais pelo quarto ano consecutivo, enquanto Far Cry manteve aproximadamente 20 milhões por ano no mesmo período. O catálogo anterior da empresa, composto por títulos mais antigos, também apresentou crescimento de dois dígitos nas receitas líquidas no último trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Para reverter os resultados negativos, a Ubisoft anunciou uma reorganização estrutural significativa, incluindo a criação de uma nova subsidiária apoiada pela Tencent, que será responsável por alavancar as três marcas principais da empresa: Assassin’s Creed, Rainbow Six e Far Cry. Esta nova entidade terá acesso exclusivo às propriedades intelectuais das séries e está prevista para iniciar operações até o final de 2025. A expectativa é que ela elimine a dívida líquida consolidada da Ubisoft e gere mais de 80 milhões de euros em receitas anuais por licenciamento.
Além disso, a empresa finalizou antecipadamente seu plano de corte de custos de 200 milhões de euros e agora projeta economizar mais 100 milhões nos próximos dois anos. Desde setembro de 2022, a publisher eliminou cerca de 3.000 postos de trabalho como parte desse processo.
Para o próximo ano fiscal (2025-26), a Ubisoft espera estabilidade nas receitas líquidas, mas já projeta novo prejuízo operacional e fluxo de caixa negativo, reflexo direto das transformações em curso. A empresa deposita suas fichas em lançamentos como Assassin’s Creed Shadows, Siege X, Anno 117: Pax Romana, além dos aguardados remakes de Prince of Persia: The Sands of Time e The Division Resurgence.
A Ubisoft estima que os efeitos positivos dessas mudanças comecem a surgir a partir de 2026-27, com foco no fortalecimento de suas marcas principais e conteúdos planejados para os anos seguintes.
Fonte: Ubisoft
